As crianças devem ser amamentadas exclusivamente com leite materno (sem água, chás) até os seis meses de idade e, após essa idade, deverá ser oferecida alimentação complementar apropriada concomitante à amamentação até pelo menos a idade de 2 anos.
Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite produzido 7-10 dias após o parto.
No leite maduro o primeiro leite é de cor esbranquiçada, mata a sede, fornece água, proteínas e sais minerais e o último, de cor mais intensa, contém uma quantidade maior de gordura e faz com que a criança ganhe peso.
Quais as vantagens da amamentação?
O aleitamento Materno exclusivo durante o primeiro ano de vida está diretamente ligado à saúde e ao desenvolvimento da criança. Cada mamada representa uma vacina para o bebê. O leite materno oferece todos os nutrientes, proteção, desenvolve estruturas ósseas, psicológicas e neurológicas, não só para esse período como para seu desenvolvimento futuro também.
Amamentar representa um encaixe perfeito entre mãe e filho, cumprindo uma função de cordão umbilical externo. A mulher que amamenta vê reconfortada sua capacidade de continuar gerando vida através do alimento produzido pelo seu corpo.
A mãe é considerada a principal fonte de microorganismos importantes para o estabelecimento da microbiota digestiva da flora do recém-nascido tanto no parto quanto na amamentação, através do colostro e do leite humano, que oferece condições nutricionais (fatores de crescimento) favoráveis para essa implantação.
A mulher que amamenta também tem benefícios como o da sua saúde reprodutiva, no qual a prática freqüente com mamadas duradouras contribui para preservar a saúde materna ao ampliar o espaçamento entre gestações e partos.
A amamentação previne doenças da mama, auxilia o retorno ao peso anterior e a contração do útero ao seu tamanho real, é uma ação mais prática e barata, evitando outras despesas familiares.
Como amamentar o bebê?
Apesar de a sucção do bebê ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite do peito de forma eficiente. Quando o bebê pega a mama adequadamente o que requer uma abertura ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte da aréola, forma-se um lacre perfeito entre a boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê.
Com a posição inadequada da mãe e/ou do bebê na amamentação dificulta o posicionamento correto da boca do bebê em relação ao mamilo e a aréola, “má pega” que dificulta o esvaziamento da mama, levando a uma diminuição da produção de leite.
A mãe deverá oferecer uma mama, até esvaziá-la. Só depois deverá oferecer a outra. Isto garante que o bebê mame o primeiro e o último leite, receba todos os nutrientes e ganhe peso adequadamente
Qual a idade de parar de amamentar?
O desmame natural proporciona menos stress para a mãe e a criança, preenche as necessidades da criança (fisiológicas, imunológicas e psicológicas) até ela estar madura para tal e, teoricamente, fortalece a relação mãe e filho. Os sinais que indicam que a criança está madura para o desmame são: idade maior que um ano; menor interesse pelas mamadas; aceitação de outros alimentos; é segura na relação com a mãe; aceita outras formas de consolo; aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais; às vezes dorme sem mamar no peito; mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar e às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe em vez de mamar.
Referências
MACHADO, M. M. T.; BOSI, M. L. M. Compreendendo a prática do aleitamento exclusivo: um estudo junto a lactantes usuárias da rede de serviços em Fortaleza, Ceará, Brasil. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. Recife, v.8, n.2, 2008.
NOVAK, F. R. et al. Colostro humano: fonte natural de probióticos? J Pedriatr. v.77, n.4, 2001.
ANTUNES, L. S. et al. Amamentação natural como fonte de prevenção em saúde. Ciênc. Saúde coletiva. Rio de Janeiro, v.13, n.1, 2008. ALMEIDA, J. A. G. Amamentação: um híbrido natureza-cultura. J. Pedriatr, v.80, n.5, 2004.
Escrito por: Sandra e Thaís Manha.
Editado por: Mariam Chami, Estela Ricciardi, Fernanda Bueno e Lilian Lora.
Orientado por: Renata Pinotti Alves